sexta-feira, 16 de setembro de 2011

França proíbe oração nas ruas


Entrou em vigor nesta sexta-feira uma lei francesa que proíbe que se reze nas ruas. Assim, milhares de fieis muçulmanos no norte de Paris foram levados a improvisar um local de oração em um quartel de bombeiros desativado. A medida desagradou à minoria --pequena, mas barulhenta.
A proibição das rezas nas ruas colocou em evidência os problemas da França para assimilar sua comunidade muçulmana, de 5 milhões de pessoas, que não tem espaço para rezar. E segue-se a uma polêmica já antiga, alimentada pela líder de extrema-direita Marine Le Pen, sobre os muçulmanos serem forçados a estenderem suas colchas nas ruas das grandes cidades.
O ministro do Interior francês, Claude Gueant, direcionou os muçulmanos em Paris a espaços provisórios enquanto se constrói um novo espaço gigante e advertiu que, caso necessário, será usada a força à medida que a polícia encerra sua tolerância com relação às orações nas ruas.
Sete meses antes da eleição presidencial, a proibição é considerada por algumas pessoas como uma tentativa de ganhar simpatizantes da extrema-direita para o campo da centro-direita do presidente Nicolas Sarkozy.
Na instalação improvisada, o xeque Mohammed Salah Hamza supervisionou as orações dos muçulmanos que foram de vários pontos da cidade. Os religiosos entravam, estiravam suas colchas no chão pelo espaço, semelhante a um hangar.
'É o começo de uma solução,' disse Hamza à Reuters antes de iniciar o serviço. 'Os fieis estão muito satisfeitos de estar aqui. O local, que abriga 2 mil pessoas, está cheio.'
Os fieis também estavam contentes. 'Isso será melhor que a rua Mryha,' disse um homem, referindo-se a uma rua de Paris conhecida por abrigar orações nas ruas. 'Aparentemente, isso chocava as pessoas.'
Le Pen descrevera o fenômeno de orar nas ruas e calçadas como uma 'invasão.'
'Foi Marine Le Pen que começou tudo isso,' disse uma mulher que disse se chamar Assya enquanto se dirigia para o espaço nas redondezas de Paris. 'Agora o governo proibiu as orações nas ruas e nos enviou aqui para que possam angariar votos para o (partido da) Frente Nacional (de extrem-direita) --isso é tudo.'

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Militares dos EUA elevam nível de alerta para o 11/9


 O Pentágono elevou na quarta-feira seu nível de alerta em algumas bases militares, principalmente no território norte-americano, à espera do décimo aniversário do atentado de 11 de setembro de 2001, no domingo.
Mas um porta-voz disse que a decisão, que vale inclusive para a própria sede do Pentágono, não se deve a nenhuma informação específica sobre planos terroristas.
'Não se trata de uma resposta a nenhuma ameaça em particular, e sim de uma medida prudente e de precaução', afirmou o porta-voz George Little, acrescentando que a medida valerá de quarta-feira a domingo.
O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, foi um dos alvos dos atentados de 11 de setembro de 2001, cometido por militantes da Al Qaeda usando quatro aviões sequestrados, com saldo de quase 3.000 mortos. Dois outros aviões se chocaram contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e o outro caiu nos arredores de Shanksville, na Pensilvânia.
A efeméride do décimo aniversário dos atentados motiva medidas especiais de segurança por parte dos EUA.
O Departamento de Estado emitiu um 'Alerta Mundial de Viagens', orientando os norte-americanos no exterior a ficarem atentos às ameaças que a Al Qaeda e suas afiliadas continuam representando.
Na quarta-feira, no entanto, o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse não haver nenhuma ameaça palpável de atentados por ocasião do próximo 11 de setembro.
Documentos encontrados na casa no Paquistão onde militares dos EUA mataram o fundador da Al Qaeda, Osama bin Laden, em maio, mostraram que os militantes tinham interesse em atacar os EUA por volta do décimo aniversário do 11 de Setembro. Mas não está claro se esses planos chegaram a ser desenvolvidos.
'Como vocês todos já viram, o décimo aniversário do 11 de Setembro foi citado em documentos apreendidos no complexo de Abbottabad', disse Little. 'Agora, isso não sugere de maneira nenhuma (...) que saibamos de uma ameaça específica ou crível ao território dos EUA em torno do décimo aniversário'.
Mas uma autoridade norte-americana disse, pedindo anonimato, que o governo está levando a sério a possibilidade de ataques cometidos por indivíduos solitários, mesmo que nenhuma ameaça específica tenha sido identificada.
'Se você estudar a psicologia dos terroristas, os aniversários são realmente importantes para eles', disse essa fonte.
O funcionário, que não estava autorizado a se identificar, disse que os planos para a data incluem um reforço na presença de agentes uniformizados em eventos públicos, e alterações nas rotinas de vigilância.
'Parte da perturbação do terrorismo é alterar a forma como a gente faz as coisas cotidianamente. Essas pessoas são muito metódicas. Elas fazem pesquisas e observam, então a alteração das rotinas é uma forma útil de evitar um ataque, porque isso os deixa desconcertados'.